sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Viagem de Moto pelo Brasil - Relato 04

       


Relato da viagem que efetuamos eu, GILBERTO CESAR BARBOSA DE OLIVEIRA e ARLI FIGUEIRA. 
Um giro de Moto pelo Brasil, com visita a todas as capitais dos estados e Distrito Federal.
Saída de Porto Alegre: 27/08/2016
Retorno  Porto Alegre: 19/11/2016
Duração da Viagem: 85 dias
Km percorridos:  20.255
Combustível:  940 litros
Motos utilizadas: Shadow 600/2003 e Shadow 750/2013


4º Relato
Rio Branco - Porto Velho - Manaus - Rorainópolis - Boa Vista - Presidente Figueiredo.




17º dia


Segunda-feira 12/09 - Em Rio Branco


Arli e Wolverine
       Começamos o dia com um bom café da manhã na capital do Acre.  Na sequência, e  conforme havíamos combinado com o Wolverine, antes do passeio pela cidade  deveríamos dar uma passada na Honda, para a troca de óleo da minha motocicleta.   



E fomos para lá, já de olho nas ruas e nas a avenidas da capital, a qual ainda não tínhamos estado.
                  Com o anfitrião sempre à frente, por vezes este nos mostrava algum ponto importante sinalizando que ali voltaríamos mais tarde.
 E chegamos à concessionária da Honda. Já com os consultores tratamos da identificação das motos e condutores, Arli aproveitou para um cheque list na sua motocicleta.A minha, além disso, a troca de filtro e óleo.

Wolverine informa a um outro consultor que trazíamos um recado do Heitor, lá de Mato Grosso, inclusive com um recado para o proprietário das revendas Honda em Rio Branco. São duas as revendas e concessionárias na cidade.
                                            Enquanto os  serviços são executados nas motocicletas, somos recebidos pelo Sr. Oswaldo Xavier Dias que, momentaneamente, suspende suas  atividades para nos atender.
       Em seu gabinete, começamos então um bom diálogo.
Falamos do Heitor, lá do Mato Grosso, e lhe entregamos um cartão que esse havia nos confiado.  
                Osvaldo ficou muito feliz com a notícia de que havíamos estado com seu amigo de viagens.
                  Também falamos da  nossa cruzada pelo Brasil, das motos, da viagem e a ele entregamos adesivos e chaveiros alusivos ao Roda Brasil Um Giro de Motos pelas Capitais.


                        Fez questão, o executivo, de nos conduzir a conhecer as dependências da revenda. Quanto ao custo dos serviços, nas motos, ambos ficaram por conta da casa. 

                     É cortesia, disse Oswaldo!! 

                 
       Ao final, uma foto registro do encontro
Gilberto Cesar, Oswaldo,  Arli e Wolverine
       Da Honda direto aos Correios,  oportunidade em que faço o meu primeiro despacho dos objetos que comprara desde Florianópolis até aquele momento, 
Uma caixa de souvenirs e outras lembranças dos locais por onde andamos. 

Liberados para o turismo, começamos pelo Mercado Velho. (é assim que o chamam por lá). Na verdade trata-se de um antigo mercado, cuja restauração recente devolveu o rico espaço para a cidade e também para os turistas. O amplo local, abriga lojas de artesanato de um lado e do outro os  restaurantes

Mais adiante, a Igreja Matriz, estando a edificação bem ao alto da praça.
           O centro Histórico e os museus também foram explorados no restante da manhã. 
                  A parte central, que aquele hora já se preparava para o almoço, contava com um trânsito bastante intenso e com muitas pessoas circulando pelas ruas. Foi em meio a elas que Wolverine, por várias vezes, parou para nos contar a história dos prédios, dos lugares, dos objetos e dos monumentos.                                                      
Memorial dos Autonomistas - Arli e Wolverine

Os museus foram os locais onde mais nos demoramos. Destaque para o espaço de Memória do Tribunal de Justiça, cujo acervo é riquíssimo no tangente à história do Acre e seus personagens. 


Arli, Wolverine, Gilberto Cesar (um outro cliente) e Romeu
            
  Chegada a hora da comida, o Mercado Velho foi o escolhido para a refeição. Romeu, aquele parceiro que viajou conosco no dia anterior, veio ao nosso encontro para o almoço.


       Terminada a refeição, Wolverini indicou, como passeio para a tarde, uma visita ao sítio onde tombou Plácido de Castro, um gaúcho de São Gabriel e herói da conquista do  Acre.
             "Não me recordo bem do local", falou o anfitrião, mas, perguntando por aí,  chegaremos lá, complementou.

E começamos a rodar e a perguntar. 
            Deixamos o asfalto e uma estrada de chão batido se apresentou. São mais ou menos trinta quilômetros disse alguém para o Wolverine . Prosseguimos então. 
A poeira era imensa. O cruzar, por um outro veículo, era fatal. 
Não bastasse isso, a moto que ia a frente, levantava a poeira para a segunda moto e esta para a terceira.
             
Antes do sítio, uma pequena ponte em madeira fazia o limite para as motos, que ali ficaram estacionadas. 
A pé, cruzamos a precária ponte e logo chegamos ao sítio onde tombou, por emboscada, Plácido de Castro.

              Uma representação cênica com estátuas, traduz o que ali se passou em agosto de 1909. 
    Baleado pelas costas, o líder revolucionário logo veio a ser abatido.
                                  

Esgotada a visita ao sítio, refizemos o caminho de volta para a área central da cidade.
Toda a poeira novamente e  um calor fenomenal. No entanto, valeu muito o passeio, pois o Acre foi o único estado que que lutou para ser anexado ao Brasil. Os seringueiros, da época, foram os que pegaram em armas nas batalhas contra os bolivianos, naquele tempo os donos das áreas de terra . Com eles, estava Plácido de Castro.
                                           

 De volta ao centro, agora uma passada pelo centro histórico do 2º Distrito.

Cruzando a ponte sobre o rio Acre, chega-se ao centro histórico. Um conjunto arquitetônico muito preservado é objeto de muitas visitações por parte dos turistas.








                       
Esgotadas as visitas, bem ao final da tarde, tratamos de retornar para a base. Numa olhada rápida, Wolverine constatou uns parafusos soltos no bagageiro da minha motocicleta.

Foi o que bastou para uma revisão geral em todas as motos. Certamente o chão batido, antes percorrido, tenha colaborado para tal.
À noite, o encontro foi na Lanchonete do, também motociclista, Breu.  
Para lá fomos com o Cristiano Wolverine, sua companheira Ellenyce e o filho Khaléo.
O local é um dos pontos de encontro dos motociclistas de Rio Branco. Na oportunidade, chegaram vários parceiros que estiveram no encontro de motos de Porto Velho, ocorrido no final de semana. 
Por ser um local voltado para o motociclismo, não há venda de bebidas alcoólicas  no local. (!!!)

18º dia


Terça-feira 13/09 
De  Rio  Branco para Porto Velho
                  
Cedo da manhã, tratamos de começar a arrumar os alforjes, para o retorno para Porto Velho e de  lá  para Manaus via fluvial. 
Há de se dizer, que o caminho de volta é o mesmo que fizéramos quando vínhamos de Porto Velho. Mesma estrada, mesmos buracos e a mesma travessia no rio madeira.

                    Nos despedimos do Wolverine muito agradecidos. O parceiro foi sensacional no apoio dispensado a nós, estando sempre presente, o que facilitou ,em muito, os nossos passeios pela capital.
E pegamos a estrada.

Nosso objetivo era chegar a Porto Velho bem antes das 18 horas, uma  vez que precisávamos embarcar as motocicletas, antes do anoitecer,  no barco que nos levaria para Manaus na manhã de quarta.
                         Papaléguas, parceiro que nos dera apoio há pouquíssimos dias,   ficou tratando das passagens, despacho das motos e do embarque para nós.
                    
     Um abastecimento para as  motos, atentos para as distâncias entre as cidades e tratamos de rodar para valer.
       O sol quente, que aquela hora da manhã já se traduzia em muito calor, iria nos acompanhar ao longo do dia.
   
                                      Logo veio um aviso que dava conta de que a estrada estaria ruim pelo próximos quilômetros, o que aliás nós já sabíamos muito bem.
                                           Neste trecho, por um bom tempo, rodamos bem distantes Arli e eu. Num determinado posto de combustível, resolvi entrar, ao que o parceiro cruzou reto. No próximo posto estava lá o Arli a me esperar.
                                       

Cruzamos  a divisa dos estados, onde parei para um registro fotográfico.

Mais adiante, a balsa para novamente efetuarmos a travessia pelo rio Madeira. Nela, chegamos já passando as 11h da manhã, sob um sol de torrar o cérebro.




Nós chegamos e tivemos que esperar pela balsa mais de longos e intermináveis vinte minutos, considerando a escassez de sombras no entorno.
       

                                          

Efetuamos mais um abastecimento e tratamos de parar para  lanche, ao invés de almoço. Por convenção, acertamos parar o mínimo possível, pois o embarque das motos já estava acertado e, segundo o Papaléguas, isto deveria acontecer antes do anoitecer.
Uma rara sombra, lado esquerdo da pista.
                           
    Na parte da tarde, quase esgotados, fizemos as paradas necessárias para reabastecimento e uma extra para água, descanso e uma sombra. 


O entardecer se aproximava quando chegamos a Porto Velho. Nem sabíamos direito do trajeto a ser percorrido para se chegar até  a orla portuária. Ingressamos em uma avenida com um grande fluxo, a qual já havíamos rodado anteriormente.
Fomos rodando e perguntando. 
                       Lá pelas tantas, ao invés de dobrar, conforme orientação de um motociclista, Arli cruzou reto.
                           Ferramo-nos,  pensei. Mas rapidamente lembrei que havíamos conversado em chegar nas proximidades das Caixas D'água e de lá ligar para o Papaléguas.  

Me dirigi para lá. Telefonei várias vezes até que o parceiro atendeu. Estou próximo às caixas, disse Arli. 
           Novamente juntos, ligamos para o parceiro, que em poucos minutos apareceu. Nem desceu da moto. " Estamos atrasados, vamos voar para o porto, disse".
             E lá se fomos nós, "voando" mesmo!

         

 No porto, um sujeito que atendia por "amarelinho" já saiu dizendo: - Ô Papaléguas, eu já estava vendendo as passagens e os locais das motos....  ainda bem que chegaram. Desçam rápido para o  barco. 
             
- O pessoal de lá vai ter que ajudar a colocar essas motos na embarcação, porque a maré está alta. Terão que pagar para os estivadores. Acertem o preço lá embaixo. E tem mais: os gaúchos já podem pernoitar no barco esta noite. Já acertei com o comandante, disse rapidamente o Amarelinho

Deixa pra mim, disse o Papaléguas. E lá descemos uma ladeira em direção ao barco.
Esperando a negociação do Papaléguas
 Um problema foi acertar o preço para o embarque das motos. Devido a maré baixa, realmente seria necessário um grande esforço para colocar as motos na embarcação.
Papaléguas, rejeitou vários valores dito pelos estivadores. Só o ouvíamos dizendo:  estão loucos?  os caras são motociclistas e não banqueiros.  são dois gaúchos, e estão viajando há dias.... nada disso irmão.... baixa esse preço.

                             Preço acertado e justo, para nós, ficamos a assistir os estivadores colocarem as motos no barco. 
As motos desceram sobre um pranchão











Uma operação realmente delicada e bastante improvisada, a nosso ver. 
Os caras sabem fazer isso, nos tranquilizava o Papaléguas.

Sob os nossos olhares e torcida para que tudo desse certo, acompanhamos a operação.

E as motos foram bem embarcadas, ficando junto a outras duas.
E com elas, um monte de outros produtos que já haviam sido embarcados ao longo do dia.


Na verdade, o amarelinho se esforçou, os estivadores fizeram fizeram a sua parte, o comandante permitiu o pernoite
e  Papaléguas foi  Sensacional.

O parceiro nos encaminhou, negociou e nos ajudou. 
Papaléguas, Gilberto Cesar e Arli Figueira
           
Sem a mínima noção de como se processam as coisas em um porto, certamente teríamos muitas dificuldades, principalmente, pelo motivo de que era nossa a nossa primeira viagem, via fluvial, no Norte do Brasil.                                                                                    
E, entramos no barco, de nome F/B Vieira III.
Algumas pessoas já estavam acomodadas em suas respectivas redes.
Em nosso caso, tratamos de instalar os nossos colchões infláveis.


19º dia


Quarta-feira 14/09 
De  Porto Velho para Manaus
                 
               Eram 6 horas da manhã quando a movimentação começou no barco. Despertos, aos poucos fomos sabendo que ainda seriam embarcadas mercadorias, para depois começar os preparativos para o início da viagem.
                       
        Os demais passageiros começaram a chegar e a instalar as suas redes. A controladora de passagens efetuou a checagem dos passageiros, com uma lista em mãos. Os já identificados, foram recebendo uma pulseira na cor verde.
                                              Para nós, o Vieira III já estava lotadíssimo. Nada disso, respondeu um outro passageiro. Ainda há muito espaço, e novas cargas vão chegar.
E, realmente, mais cargas chegaram e começaram a ser embarcadas várias mercadorias.
Um processo estritamente manual.


                                     

Lendo a Bíblia, que ganhei em Porto Velho
Enquanto o barco continuava a receber cargas, aproveitamos para um  café. Para tal, subimos  até o o terminal hidrográfico, que em Porto Velho reebeu o nome de  "Cai N'água".


Arli, nas conversas com a tripulação

No trajeto, Arli disse:  sabe Gilberto, estou feliz por estar aqui. Estas imagens nunca mais vão sair da minha cabeça!          
           
Concordei imediatamente com o parceiro, pois era a primeira vez que estávamos vendo toda a movimentação de um porto. As pessoas, as redes nas embarcações e a vida agitada que acontece numa área portuária. Entendi que ele estava realmente maravilhado com tudo e muito feliz por estar ali, naquele lugar e na expectativa da viagem.
O realinhamento das motos no Vieria III



Voltamos para o Vieira III, que começava a dar sinais de partida.
Um realinhamento nas cargas, bem como nas motocicletas, que agora eram seis a seguir viagem.                                          
Às 10h  concluíram o embarque das cargas e ocorreu a inspeção, por parte da Marinha, no Vieira III. Mais algumas outras conversas e começamos o deslocamento inédito para nós: navegar sobre as águas do Rio Madeira, descendo de Porto Velho para Manaus.

Cabine de Comando

Uma ponte, ao longe, começou a ficar bem perto do nosso barco, ou balsa. No entanto, uma  parada, tida para mim como
"extra", permitiu o embarque de outras mercadorias. E prosseguiu a viagem sobre as águas do Rio Madeira.
         
                            
A embarcação estava com sua lotação máxima, tanto em passageiros, quanto em carga.                

Já nas primeira horas de viagem,  o que parecia ser uma cidade flutuante, foi se configurando como dragas, que ruidosamente sugavam água com com areia e pequeníssimas pedras.
Logo soubemos, que se tratava de garimpo. São várias as embarcações, praticamente coladas umas nas outras, chegando a formar imensos paredões. 
"estes, estavam lá na entrada de Porto Velho, foram retirados de lá, e aqui se instalaram"..
falou um passageiro.  Mas vocês vão ver, ... são muitos.. veremos ao longo da viagem, complementou...
                 
Chamou muita a atenção o fluxo de embarcações que cruzavam por nós. Deu para perceber rapidamente que quase tudo por lá, passa pelo rio.  Daí a importância do rio e da própria navegação.     

Por volta das 16h, uma atendente avisa que o jantar será servido.  
Eram dois os refeitórios. Cada qual com capacidade para oito pessoas.
Foi a nossa primeira refeição no barco. Arroz, feijão, massa e carne de panela.

Deu para perceber a preferência pelo uso de colheres, ao invés de garfos. Estes, não passavam de um dúzia. As colheres, eram muitas.  

                         Costume das pessoas do norte, explicou mais tarde, Sandra, também passageira e evangelizadora ligada à igreja católica.
     


                       E veio a noite, e com ela muita chuva e vento. As lonas laterais foram baixadas e o barco deslizava lentamente sobre as águas. 
                 Com uma estabilidade muito boa, o que poderia ser objeto de inquietação, pois a intempérie virara em um temporal,  o Vieira III  navegava tranquilo, tal qual as pessoas mais experientes nessas viagens, que falavam:  ...  logo passa .. isso é assim.

              Umas poucas luzes foram vistas ao longe, restando somente o o barulho dos motores ... foi o que se ouviu... por
algum tempo.
                  



20º dia



Quinta-feira 15/09 
Navegando pelo Madeira

                                                           
Área Portuária de Humaitá

O segundo dia na embarcação começou muito cedo. Eram 4h da manhã quando algumas luzes externas despertaram uns, e a movimentação interna despertou a outros.
Eram as luzes da cidade de Humaitá, uma grande cidade do estado do Amazonas.
Nesta passada, os celulares voltaram a ter comunicação. Dezenas de mensagens foram recebidas, bem como o envio de outras tantas. A maioria aproveitou, afinal... era um sinal.
A balsa não parou em Humaitá. A cidade foi ficando para trás e também o sinal para celulares.
Vários na embarcação voltaram a  dormir                                                                                                              
       
        Já passavam das 7h quando o café começou a ser servido. O esquema foi assim: um apito e iam  de 8 em 8 pessoas, para o refeitório.
Café preto, leite, pão, bolachinhas e manteiga.  Esse foi  o café.

                         Arli, que levou todos os apetrechos de chimarrão,
volta e meia preparava um amargo, oportunidade em que ficávamos a prosear a respeito da viagem, dos próximos trechos e tudo mais. 
                 E naturalmente fomos fazendo amigos a partir dos  “vizinhos” próximos dos nossos colchões e nós,  das  redes deles.

Sandra, evangelizadora da igreja católica, foi por demais simpática e entusiasta para com o nosso projeto de cruzada pelas capitais.
Disse ela: “ seria incompleto o trajeto, se os barcos da Amazônia estivessem fora dos planos de vocês”.... vir aqui, e não navegar pelos rios, é deixar de conhecer a beleza e a grandeza da região,  completou a mineira de Belo Horizonte.
Sandra faz trabalhos de evangelização junto a ribeirinhos e indígenas desde Rondônia até o Amazonas.

                                                     Martin, professor de educação física na Argentina, que resolveu dar um tempo por lá para cruzar os rios da Amazônia. Disse-nos que seguiria viagem té alcançar  o nordeste brasileiro.


     Alexandre, Rosilene e o pequeno Ruam. Família que reside na cidade de Boa Vista, a capital de Roraima

   O casal, sabedor do nosso intento, fez comentários  a respeito das estrada lá para as bandas de Boa Vista.
Tapetes, disse-nos Alexandre. Vocês vão gostar de rodar para aqueles lados. 
Rosilene disse ainda ter visto nosso embarque e as motos sendo colocadas na balsa.  

Dr. X.Nico. De nacionalidade grega, médico especialista em fitoterápicos, nos disse que estava realizando uma cruzada pela américa. Atualmente, dois projetos o mantém na sua cruzada: a criação de espaço para receber pessoas de todos os credos e uma farmácia com base em plantas medicinais.

Veio a hora do almoço.
Passava pouco das 10h30 e o apito foi acionado pela Telma, a atendente.
No menu, arroz, feijão vermelho, massa, salada de maionese e galinha frita.
             Passava pouco das 10h30 e o apito foi acionado pela Telma, a atendente
No cardápio, arroz, feijão vermelho, massa, salada de maionese e galinha frita.

       No pós-almoço, muitos tratavam de sestear ou de se esticar nas redes. Me pareceu ser costume ficar deitado na rede boa parte do dia. Algum ou outro acontecimento no rio, ou uma comunidade à vista, é que faziam as pessoas se levantarem,... às vezes!!
Eu aproveitava essas oportunidades para rascunhar ou reler os textos escritos.
  Outros poucos assistiam televisão, e  cada qual passava o tempo na sua melhor forma.

                        Ao final da tarde, um burburinho levou quase todos para as beiradas da balsa. Estávamos próximo de cruzar o “caminho das pedras”. Um local onde as embarcações diminuem a velocidade.
                       Uma lancha de apoio com o próprio comandante, e mais alguns tripulantes, foi  à frente do Vieira III, muito em função
do rio  estar muito raso. 

A seca estava grande e os rios estavam rasos demais, segundo ouvimos falar.


Foi neste local que uma balsa bateu e afundou parcialmente.  
Contaram rapidamente,  o que havia ocorrido  em agosto próximo passado. Uma balsa estava carregada de mercadorias, sem passageiros e acabou batendo nas pedras.

              Novamente    o apito anuncias que o antar seria servido, quando os relógios marcavam, 17h30m.

                    Algumas caminhadas pela embarcação e chegamos ao final de mais um dia de viagem.


21º dia


Sexta-feira 16/09 
O terceiro dia no Barco


  Cedo da manhã, nova movimentação entre os passageiros. Ás 4h30, Arli me desperta dizendo que
estávamos chegando ao porto de Manicoré. Nosso barco vai aportar ..., complementa o parceiro.
Manicoré é um pequeno município, cuja principal fonte de renda vem do cultivo da banana, da melancia e produção de farinhas.
O barco não conseguiu atracar diretamente no porto, dada a lotação do mesmo. Outro barco, já atracado, serviu de “ponte” para que os passageiros do Vieira III pudessem desembarcar.
                   

              Aqui, a parada foi três horas. 
Estamos esperando pelo abastecimento, foi a notícia que “correu”.
            E, realmente, ele ocorreu.

                                  
Alguns botos se deixaram ver e cadenciadamente  se exibiram por um bom tempo, nas águas.

 Voltamos a adormecer e quase perdemos  o café da manhã.
Arli, eu e o argentino acabamos tomando café fora do refeitório, ao fundo do barco, lugar onde a Telma indicara.
Pedaços de bolachinhas caíram no rio e vários  peixes apareceram para disputar o alimento.  Impressionados, discretamente, lançamos algumas bolachas inteiras, para a                                       festa dos peixinhos.


O restante da fresca manhã, correu tranquilo, com alguns dos passageiros aproveitando para as conversas. 
No rio, o fluxo de embarcações  continuava intenso.
           Bem antes da 11h, o apito de almoço. E lá  fomos para o arroz, o feijão, a massa, uma boa salada verde e galinha.
          Almoçados, os passageiros como de costume, trataram de se aconchegar em suas respectivas redes.



Arli aproveitou para uma leitura. A bíblia recebida, no encontro de motos  em Porto Velho, vinha sendo frequentemente lida.
       
   Em meio a tarde,  um arco íris, a margem direita do rio, era o prenúncio de chuvas.
       Mais a diante, um  porto à vista,  ao longe,  quando uma chuvarada desandou. 

  
O barco  contornou uma grande ilha e rumou para o porto.
Novo Aripuana era o local. 
A parada foi pequena, não mais de 10 minutos. Tempo suficiente para que poucos passageiros efetuassem o desembarque.
                             
                                 Às 18h40, o barco zarpou de Novo Aripuana, agora com a noite já bem presente e uma imensa escuridão por todos os lados.


22º dia

Sábado 17/09 
O quarto dia no Barco  
O município tem  uma estátua com 13 metros de altura
em homenagem a Santo Antônio
    Foram as luzes da cidade de
Borba que despertam  a grande maioria dos passageiros.
Outro dia, alguém falara que a embarcação faria uma parada na cidade da grande estátua, o que não aconteceu.  
O barco cruzou direto e longe da cidade.

             
O dia amanhecendo, e logo soou o apito dando conta de que o café estava  na mesa.
Alguns passageiros falaram  que é a partir da cidade de Borba que o      Rio Madeira começa a ficar mais largo.
Os comentários, foram logo se confirmando com a constatação do agigantamento do rio. 


Por volta das 10h40m o apito para o almoço voltou a soar.
Em paralelo, a cidade de Nova Olinda do Norte começava a se avizinhar.
A parada seria por mais uma hora. Até ensaiamos uma caminhada pela área portuária, o que logo foi
contestado pela atendente Telma, que falou que seria muito rápida a parada.
Melhor vocês almoçarem, disse ela.
E fomos para o refeitório saborear o arroz, a massa e a galinha; o prato do dia, ou dos dias!


O cais do porto estava lotado, e tal qual acontecera lá em Manicoré.  A descarga se deu então em um outro barco, ou seja, o nosso barco encostou-se  ao tal barco e a partir desse é que as pessoas e os objetos foram retirados da balsa.

             Uma família abordo, que trazia todos os seus pertences, desembarcou neste porto.


A operação de descarregamento foi árdua, muita atenção e esforço físico por parte dos estivadores e pessoal da tripulação. Os objetos eram muitos. 

Bem depois, com  saída de um outro barco com uma vaga no cais, aconteceu  o realinhamento do nosso barco, o que aliviou os trabalhos de descarga do restante  da mudança.

Por último, retiraram a moto e o cão da família.



                                E o Vieira III retornou ao seu percurso. 
Nova Olinda do Norte foi a última parada da embarcação antes de Manaus.

   No barco,  deu para perceber o vazio que ficou com o desembarque de vários passageiros em Nova Olinda do Norte.

Em meio a tarde, uma voz oferecia:              “queijo” .. “queijo”....

Era  vendedoras ambulantes, em pleno barco.
Nos interessou a segunda opção.
       Um custa R$ 2,50 ou dois por R$ 5,00 disse a jovem e simpática menina. Não perguntamos, mas três sairiam por R$ 7,50.
A ela indaguei: como chegastes aqui? Vim de rabeta, respondeu a jovem.

Rapidamente alguém explicou que neste trecho as balsas diminuem em muito a velocidade, o que possibilita que os ribeirinhos cheguem próximos e acompanhem a embarcação.
Rabeta é um barco pequeno, com pouca potência de motor.
              Sascha, a menina do bolo de macachera, ficou muito feliz. Conversou mais um pouco e disse que iria                  “pular” fora, pois estava na hora.
Pouco depois, vimos a rabeta – tocada provavelmente por um familiar -  rumando para a margem do rio.

Atenção a bordo.
A tripulação deu aviso de que por volta 17h30 estaríamos ingressando no Rio Amazonas.

A ponta de uma ilha, à esquerda, indicava que ingressaríamos no maior rio do mundo.
Lá adiante, - explicou-nos uma pessoa da tripulação: -  vamos virar para a esquerda, Manaus. Já será o Rio Amazonas.  Para o lado direito, vai-se para Belém.      Ali, termina o Madeira.
Várias foram as pessoas que subiram para a área de lazer, no andar superior, para assistir o nosso ingresso no Amazonas.
E ingressamos.
                   
De plano, a imensidão do rio impressiona em muito. É água para todos os lados.
Vasto por excelência, o rio saiu das páginas da geografia da minha memória e estava ali, se materializando, se concretizando,   em águas escuras, com  margens a perder de vista.

                 Caiu a noite, e o barco,   aos poucos, foi perdendo o seu público, que começou a silenciar nas redes.
Em pouco tempo restou somente o barulho dos motores. 
Foi a nossa última noite no Vieira III.
   
23º dia




Domingo 18/09


Manaus bem próxima.

5º Dia na Balsa
                                                                                  

      Começou cedo o movimento por parte dos passageiros no desmontar do acampamento.  Agitação provocou o despertar e a disposição em também tratar de guardar as nossas bagagens.

      Olhei para o lado e nem sombras do  Arli.               
        Fui até o porão  e já arrumei algumas coisas no moto, falou o parceiro, mais tarde.
         Como ainda restavam mais de quatro horas para o desembarque, comecei calmamente a tratar de arrumar os meus pertences.
                  Soou o apito. Hora do café.  
             Fui o segundo a ingressar no pequeno ambiente. Arli já estava se servindo.  
              Em meio ao café, Arli fala que uma senhora  gostaria de tirar uma foto conosco como recordação.  .... “Aquela que está sempre lá em cima ....”   
  
 A  Ilma Souza, respondi. 
Ela que também fizera amizade com outros, convidou Gabrile, para o registro fotográfico. Nós não havíamos ainda falado com esta última.


Feitas as malas e recolhimento das redes, vários foram para as laterais do barco, de modo a deixar o tempo passar. A manhã de domingo estava um pouco nublada àquela hora e o tráfego, no rio, continuava a se ver.

E Manaus começou a ser vista.
Estávamos bem próximos do encontro das águas.
             
       
    O Solimões, está vindo de lá,  ... explicou um Senhor, com ares de sapiência.
Lá está o encontro das águas. Olha as cores.   Aqui vai indo o Amazonas ... lá está o Rio Negro ....  complementou o tal Senhor.
                              Os rios Solimões e Negro, correm lado a lado, até se transformarem no grande Amazonas.

E o fenômeno se fez.
Encontro das águas acontece na confluência entre o rio Negro, de água preta, e o rio Solimões, de água barrenta, onde as águas dos dois rios correm lado a lado sem se misturar por uma extensão de mais de 6 km.  


           Por longos e longos seis quilômetros este momento perdura como assunto no barco. Para os novatos, a boa impressão. Os mais os antigos, deram  boas explicações.
E sobre a negritude fenomenal daquelas águas, o imenso distrito industrial de Manaus ganhou as atenções.  
     Aqui, são as fábricas de cimento, disse um. 
       Lá, as máquinas pesadas, falava outro.
        E assim fomos cruzando por um dos  distritos industriais da Zona Franca de Manaus.

         É lá que aportaremos, nos falou a Telma, apontando para um dos portos, avisando também que já estávamos chegando.
       Alguém da tripulação, passou o recado:   ... as motos serão as primeiras a serem desembarcadas .... vocês podem irem se dirigindo para o porão .

E lá se fomos.  
 O barco atracou de bico, em um espaço pequeno, de modo a desembarcar as nossas duas motos.  
Ligamos os motores,   as rodas traseiras deram uma patinada, pois o piso da balsa estava molhado. O pessoal  da tripulação deu uma ajudada  e pronto. Motos no cais!!        
             A embarcação foi novamente realinhada, agora  por inteiro na lateral dos cais. E começou o frenético desembarque. 
            Um grande número de estivadores  invadiu a embarcação, de modo a oferecendo seus serviços, para descarregar malas, sacolas, caixas, e tudo mais.



Assim, deixamos o Vieira III, em nossa primeira viagem sobre os rios do Norte. 
 Uma experiência valiosissíma sob todos os aspectos. 
     Uma  rica e linda parte do Brasil, que nos foi permitido conhecer. Tudo foi muito lindo. 

                   

E sob o calorão de Manaus, nos despedimos de vários dos passageiros por meio de abraços suados, e fomos deixando o cais.


Gilberto Cesar, Genghis e Arli

  Arli, efetuou a ligação e em breve tempo, chegou o Genghis, integrante do Moto Grupo 100% Amazônia, Facção  Manaus.
       Explicou  que  iríamos ficar hospedados na sede do Moto Clube Almas Livres e  que neste  local já estavam alojados outros motociclistas, de Rondônia e Mato Grosso.
          Nós já sabíamos de quem se tratava pois quando passamos por Nova Olímpia e depois em Ariquemes fomos informados do grupo que estaria percorrendo a BR 319, a estrada fantasma.
     Então, vamos... disse Genghis, avisando que os referidos motociclistas estavam á  visitando o Teatro Amazonas, ali bem próximo.

                       E lá se fomos,  pelas ruas de
Manaus
a nossa 7ª capital
  



Mal chegamos e já estávamos sendo brindados com a bela imagem do grande e histórico Teatro Amazonas, um dos orgulhos daquela terra. 

As motos em que viajavam, na maioria CGs, estavam estacionadas próximo ao teatro. Todos possuem motos de grande porte, porém para a efetuarem da travessia da 319, optaram pelas de pequenas cilindradas. Pela sujeira das bichinhas, dava para se notar que a aventura fora grande.


Encontramos  os parceiros na praça  e entre os cumprimentos, as primeiras noticias da aventura.  
     Falou Zé Carlos:   três de nós, caíram. Choveu muito e o barral tomou conta.  Dói todo o corpo.  
A estrada é um inferno;  não  tem nada. Dormimos em uma das torres dos fios de energia.
             Foi dureza, complementaram os demais.
Arli, Gilberto Cesar e Zé Carlos, em Manaus

Na segunda-feira, combinamos de ir até o marco dos  hemisférios, em solo roraimense, e na terça voltaremos para casa, concluiu o.  

Zé Carlos, é de Nova Olímpia
Dentinho, * Gaúcho, Daw e Mamute, são de Ariquemes.    Este eram os parceiros que estavam na praça. Dois outros que os acompanhavam estavam em um hotel, e descansando.    
O *gaúcho, na verdade não é gaúcho. Trata-se de um paulista de Jundiaí, que lá em Ariquemes, ganhou este apelido. 

          Esgotado este passeio fomos  para a sede do Almas Livres. Eles para descansar um poco. Nós para nos instalarmos.
.
Lá, como almoço, teve peixe na brasa, com carnes e linguiça. O preparo foi de Joelmir, sua esposa Rayane e pela Claúdia,  integrantes de um outro moto grupo:  Dinossauros.
 Enquanto os peixes e a carne estavam sobre as brasas, fomos a um supermercado para a compra de refrigerantes. Daw, Arli, Dentinho, Gaúcho , Manute e eu, fomos em busca dos líquidos gelados.
O sol castigante de Manaus não dava tréguas. E caminhando, logo no terceiro quarteirão, fomos brindados com uma carona por parte de um taxista que disse: “percebi que buscam alguma coisa. Estão perdidos? .....
Mercado... falou Manute ......

 Enquanto os peixes e a carne estavam sobre  as brasas, fomos a um

 supermercado, para a compra de refrigerantes. Daw, Arli, Dentinho, Gaúcho , Manute e eu, fomos em busca dos líquidos gelados.
               O sol castigante de Manaus não dava tréguas.  E caminhando, logo no terceiro quarteirão, fomos brindados com um carona por parte de um taxista que disse ....   percebi que buscam algumas coisa. ...
Estão perdidos? .....
Mercado... falou Manute ......
Assim entramos no táxi. A gentileza do taxista, foi demais!

Na entrada do  supermercado, um cartaz de médio porte chamou a tenção pela escrita:

"Temos frango assado  .... Fabricação própria. Confira! "

Se fosse caso, talvez pudéssemos conferir a criação e não a fabricação de frangos.



De volta a base, tratamos de fixar os adesivos da viagem e dos nosso moto grupos, no local reservado para tal, de modo a deixar registrada a nossa passagem. 


Ao fundo, os estandartes dos Motos Grupos hospedados na sede
    





Com muitas conversas e troca de informações o grupo foi logo começando a se servir do excelente almoço que a turma do Dinossauros prepara.


Em meio a tarde, Agnaldo, Vander e Andrea, foram até a sede cumprimentar o grupo. 
De imediato, propuseram um passeio pela ponte sobre o  Rio  Negro, e depois à praia de Ponta Negra.


Ao longo do trajeto, Andrea apontava e identificava pontos turísticos e pontos importantes da cidade.
           Da grande ponte, é possível ver muito bem a cidade de Manaus, e grandeza do Rio Negro.
           

Agnaldo, Zé Carlos, Dentinho, Arli, Daw, Gilberto Cesar, Mamute, Gaúcho e Vand
                         Na ponta negra, o contato com o final de domingo da cidade. Uma verdadeira multidão a passear pela orla e uma outra a se banhar nas águas do rio. 
Anfiteatro ao ar livre, na praia de Ponta Negra


Muito linda a Manaus que nos apresentaram os parceiros, naquele domingo.

       
Com a noite presente, os anfitriões nos conduziram para a sede do Almas Livres, 
onde jantamos, novamente, peixe assado, porém agora regado a cervejas. 
Muitíssimas conversas, histórias das  viagens e troca de experiências. Foi o final  domingo para nós.
Daw, Arli, Gilberto Cesar, Zé Carlos, Joelmir, Rayane e Agnaldo
Também a pequena Júlia, fiha de Joelmir e Rayane
24º dia


Segunda-feira, 19/09
Turismo em Manaus
   
      Muito cedo, a turma de Ariquemes e Mato Grosso, começaram os preparativos para o reinício da viagem. Agora,  o destino era o marco dos  hemisférios, que fica situado no vizinho estado de Roraima. 
Marco da Linha do Equador – no município de Rorainópolis, é um monumento de pedra, marco zero da linha do Equador, na BR 174 (divisa das Vilas Equador e Jundiá). A linha do Equador é uma linha imaginária que divide a Terra em dois hemisférios: Norte e Sul.    


 O café da manhã foi na lanchonete que fica no mesmo prédio da sede do Almas Livres e foi recheado de conversas e estratégicas de viagens.


 Terminada a refeição os parceiros foram direto para uma oficina de motocicletas ali perto, ara a troca de óleo das motos e alguns reapertos, dada a estrada antes enfrentada.
          Passada uma hora retornaram e logo foram arrumando os alforges para o início de mais uma jornada. 
                                                                        De imediato começaram a organizar os alforges, efetuando na sequencia a amarração das demais bagagens.
A saída festiva dos amigos se deu sob um calor muito intenso na Manaus.  



Zé Carlos, agradeceu ao parceiro Genghis pela acolhida, solicitando ainda que o agradecimento também chegasse aos irmãos do Almas Livres, local do alojamento.

E começaram a partir os amigos.
Arli e eu, ficamos na sede a nos preparar para andar pela cidade e conhecer alguns pontos turísticos, cumprindo assim com a nossa meta de viagem. 
   Deixamos as motos na sede do Almas Livres e começamos a maratona a pé, com a utilização de ônibus, mais tarde.

Voltamos ao teatro Amazonas.

Estivemos no Palácio Rio Negro


Mercado Municipal
Igreja Matriz

Museu


Prédio da Alfândega
Orla fluvial


Arli aproveitou para cotar a ida para
 Santarém, nosso destino, depois de Boa Vista

Pegamos ônibus, terminal central




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          

A noite, uma apresentação de música instrumental, no Teatro Amazonas, com o conjunto  Tubones – trambones, tuba e bateria – também com dança folclórica do amazonas.
Foi esplêndido ver o interior do majestoso teatro e, melhor ainda, com uma apresentação musical.
Encerrou-se assim a nossa visita pela Manaus.

25º dia


Terça-feira, 20/09
Deixando  Manaus
Destino: Rorainópolis

                                       
    Quando Genghis, o nosso anfitrião, chegou a sede do Moto Clube Almas Livres, nós já estávamos praticamente com tudo pronto para viajar. 
Gilberto Cesar, Genghis e Arli


Nos despedimos do parceiro, que estava a trajar a camiseta alusiva a nossa viagem, que ganhara de presente.  
           Prometemos nos ver na sexta-feira,  23/09, uma vez que seria necessário retornar a Manaus, vindos de Boa Vista.
               Rorainópolis, foi   ponto de pernoite, a 497 km de Manaus.
             Um abastecimento de cara,  pois as recomendações apontavam que postos de combustíveis até a cidade destino,  estavam localizados a cada 100 km, portanto, nada de desperdiçar as oportunidades.
Uma outra recomendação, tratava do “cruzar”  pela reserva indígena, onde algumas regras deveriam ser obedecidas.
                   
A rodovia, BR 174, logo se mostrou de excelente qualidade. Muito embora de mão simples, ela  por vezes, parecia ser um longo tapete negro, coberto por um manto verde.
A exuberância da Amazônia, estava toda retratada –lado a lado – e nós, em meio à pista a apreciávamos a beleza e gigantismo da mata.


          E com todos os cuidados, mantivemos as motoclicletas sempre abastecidas. Foi obedecida rigorosamente, a quilometragem apontada pelos nossos amigos de Manaus.
          
O relógio, bem como o necessário abastecimento, apontavam que o almoço, o deveria acontecer antes do ingresso na reserva indígena.  
    O posto de combustível era o único.  
  Um pouco mais a frente,  dois eram os restaurantes.  Optamos pelo primeiro, onde o peixe tambaqui estava sendo ofertado.  

   Por sua vez, o pessoal do restaurante nos falou a respeito da reserva indígena que iríamos logo cruzar:

- E tranqüilo falou o proprietário do restaurante. Se vocês pararem na estrada, em seguida o vocês ouvir a voz de comando pelo autofalante ou um índio sairá da mata .... ta cheio de índio aí pela mata .... arrematou.



Almoçamos em, em 5km chegou a reserva indígena.
Várias placas  sinalizadoras apontavam para a proximidade de ingresso em terras indígenas. 
       
Outras tantas alertavam para a proibição de filmagens e fotografias do local, isto valendo para todo o deslocamento.
Quanto as paradas, somente se necessário, eram ainda as recomendações.

      Câmeras e autofalantes colocados, principalmente na  proximidade de  pontes, ao que soubemos, serviriam para que os índios emitissem ordens para não parar, não descer ....etc
         A rodovia, em meio a reserva, ultrapassa a casa dos 130 km de extensão e a velocidade permitida, é de 80 km por hora.
Ingressamos na reserva sem que ninguém, pessoalmente, nos recomendasse   alguma coisa.
E fomos indo. Ao longo da rodovia a mata é mais exuberante ainda. O cenário amazônico é é marcante e forte. 
                O parceiro Arli deu uma parada, para uma água, lá pelos 90km rodados.

Muito embora, esta ação de não parar, seguindo as recomendações, a minha máquina fotográfica,  inseparável instrumento para os registros de viagens, teve o seu botão de acionamento disparado por várias vezes.
Não vimos e nem fomos abordados por ninguém, numa travessia tranquila, tal qual nos dissera o proprietário do restaurante, onde almoçamos.

Um caminhão com um carregamento de madeiras estava tombado e com a carga espalhada em meio a uma das pistas.
Logramos por total a reserva.
Foi isso de reserva indígena  e chegamos ao próximo posto.
Foi o nosso primeiro abastecimento em solo roraimense, assim como a nossa primeira estada.

Um café uma esticada nas pernas e o roncar de várias motos estava a indicar a aproximação de um comboio.
Muita satisfação em ver chegando, no mesmo posto, os parceiros de Ariquemes e Nova Olímpia
Daw, Mamute, Dentinho, Gaúcho e Zé Carlos,  com quem estivéramos  lá em Manaus, no domingo e manhã da segunda, estavam a retornar do Marco do Equador, ponto distante há 15km.

  Disse o Zé Carlos:
 ... que erraram a saída para Rorainópolis, isto lá em Manaus e que tisto lhes custou  45 km a mais.
    ... Dos raios da roda traseira do Daw  se soltaram com a necessidade de reposição , na localidade de Vila Equador.
... que devido ao atraso em que se encontravam, não iriam mais esperar pelo barco para o deslocamento de volta até Humaitá ou Porto Velho, e que iriam novamente encarar a BR 319, a rodovia fantasma.

Esgotado o tempo, eles para   Manaus e nós para  Rorainópolis,
  
Em pouco mais de vinte minutos,  chegamos ao marco do Equador.



Um pé no hemisfério  Sul   e o outro no hemisfério Norte.


 O marco é redundantemente, marcante. E  a simbologia fascinante.
Como a noite já estava dando seus sinais, voltamos para os mais de 100 km que estavam a nos separar de Rorainópolis.


Pouco antes da localidade de Vila Equador, um curioso aviso dá conta de que a diante, existe uma ponte com de depressão. Na verdade, a depressão veio depois da ponta. 
      Talvez fosse esse o melhor recado pois a  ponte não tinha nada.

               A indicação unânime dos parceiros de Manaus era para pernoitarmos   no posto Santa Júlia, em Rorainópolis.
Com tantas recomendações, fomos procurar o  posto.
             Realmente, o posto estava lotado. Fomos bem recebidos, montamos acampamento e tratamos de banhar, jantar e dormir. 

Teve conversas até altas horas e som em automóveis até por volta das 3h. O Santa Júlia, é na  verdade um point da pequena Rorainópolis.
Pela manhã, 4h, os motores dos caminhões começaram a roncar forte. Tratamos de começar a desmontar o acampamento.


26º dia


Quarta-feira, 21/09
Indo para Boa Vista

                        A saída para Boa Vista, a capital de Roraima, se deu em meio ao horário de saída dos caminhões para as estradas. 
Lentidão na saída da cidade até alcançar a rodovia BR 174.
                    A duplicação da rodovia está  meio  que a pleno. De trechos em trechos, homens e máquinas movimentam canteiros de obras, com redução de velocidade e por vezes, deixando a via em pista de mão única.
Aos 40km já percorridos, um estranho trevo, misturado com uma rótula e zero de placas indicativas, nos fez parar e perguntar qual o a pista que levava  para Boa Vista.
         Aquela de lá ... .   respondeu uma senhora, que pelos cadernos e livros que levava em mãos, deu sinais de ser um professora local.
        A falta de sinalização aqui, sempre dá nisso. As pessoas ficam perdidas..... complementou a suposta professora.
               Devidamente achados, aceleramos as motocicletas com a intenção de chegar  em Boa Vista lá pelas 11h.
              A oscilações das condições da BR 174 eram constantes. Às vezes ficavam boas, outras esburacadíssimas  e algumas vezes péssima. Numa  dessas, é que um buraco, espraiado por todo o leito da pista, fez soltar a placa traseira da moto do parceiro Arli.


         Foi um baque e tanto. Arli parou e fez  uma vistoria na motocicleta. 
Constatou  que somente a placa havia se soltado.

Do tal buraco, consegui escapar por um “fio”.


Com o calor pegando pra valer, uma parada estava se fazendo necessário.  Veio a próxima cidade, Iracema, e sem dúvidas, ali paramos para repor os líquidos.
Havia uma diversa quantidade de sucos, a partir de frutos da região. Dois foram provados e aprovados. 
                         



E Boa Vista foi dando sinais dos seus contornos, por meio das edificações, ainda que ao longe.

Boa Vista
a nossa 8ª capital
    
Uma larga avenida nos remeteu até o centro da cidade, após algumas respostas de perguntas feitas para algumas pessoas que estavam a transitar, por perto de onde estávamos a cruzar.
                 Mais alguns quarteirões e paramos  sob uma rara sombra – estávamos em busca de uma – para podermos acionar o nosso contato na cidade.
Mal paramos e um motociclista se apresentou: ... “sou Maicon ... estão perdidos? ... de onde estão vindo? .... e mais algumas conversas.
                      Cezar Rivas ? ... é o presidente do nosso Moto Clube, complementou o Maicon.
Sentimo-nos devidamente achados.
Maicon também nos deu uma boa explicação da cidade. Como circular pelo centro, bem como os pontos de interesse a serem visitados. Ficamos  sabendo que tudo gira em torno do centro cívico. Tratava-se  de uma grande praça central, onde ficam postados os prédios dos poderes executivo, legislativo,  judiciário e mais a Igreja Matriz.
Por telefone, o anfitrião Cezar Rivas, informa que está em uma reunião com a Prefeitura, tratando a organização do 10º Encontro de Motos de Grande Cilindradas, organizado pelo seu Moto Grupo.
            Indicou o Restaurante La Gôndola, como local para nosso almoço, prometendo nos encontrar logo.
Maicon foi para o seu trabalho, e nós para o almoço.
O restaurante indicado, era um ótimo local.

La Gôndola, ao fundo
     Aprazível, com ar condicionado. O calor na rua estava quase insuportável, perto dos 40º - então, todo ar foi bem-vindo.
     Com muito vagar, logramos o almoço e, preguiçosamente fomos pegar as motos, que ficaram sob o intenso sol de Boa Vista.
       
 Então, começar a passear pela cidade e conhecer os pontos de interesse era a nossa tarefa.
elevado sobre o Rio Branco


Há uma maravilhosa orla, aqui em baixo.. .. é só descer a rua, ... falou a senhora proprietária e caixa do restaurante.

         Com a dica, refrescante, fomos para a orla conhecer e descansar um pouco.

O grande espaço de lazer da cidade, está  situado na parte histórica edificada da cidade. Nas proximidades estão: a primeira Igreja de Boa Vista; o prédio da intendência;  o antigo mercado municipal, agora centro de cultura e artesanato, bem como outras edificações de interesse histórico para a cidade.
                                               Um passeio pelo centro comercial, foi o que fiz, enquanto o parceiro Arli ficou a se refrescando sob uma árvore, no parque próximo a orla.


O centro da comercial da cidade de Boa Vista está localizado em uma avenida de pequeno porte, com um canteiro central, o qual por sua vez abriga algumas bancas de venda de produtos.
Neste local, o transito é lento e bem ordenado, foi o que deu para perceber. Diferente, é claro, das largas avenidas  que conduzem para os bairros, onde a velocidade e a forte presença dos veículos dão  ao trânsito a “cara” de cidade grande.
               A orla, por sua vez é muito bonita de se estar e também de se ver.
Uma grande chapa em concreto, sobre grandes pilastras e, com uma leve cobertura, avança um pouco sobre o Rio Branco, que banha a cidade.  Bares, área de convivência, banca de venda de produtos estão bem dispostos, de maneira a receber turistas e pessoas da cidade em grande  número.


O Mercado dos Artesãos se destaca muito pela oferta de produtos e trabalhos com quatro  temas fortes da região:  os indígenas, os animais da Amazônia, os montes localizados no extremo  Norte do Brasil e a questão da Linha do Equador.

                              Os índios, emprestam em muito os traços fisionômicos e costumes para a população;
                                Os animais adornam as pinturas e em   escultura os fazeres dos artistas;
                                     Os montes  Roraima e Caburaí, são os últimos pontos do  território brasileiros, ao Norte.
                                                 A Linha Equador, cujo traçado deixa o Estado com uma faixa de terra no Hemisfério Sul e grande parte do território no Hemisfério Norte.  

Boa Vista, é a única capital do Brasil localizada totalmente no Hemisfério Norte.
                    Além do galpão dos artesãos, outros tantos também foram restaurados e estão a ser utilizados para as atividades culturais e recreativas por parte das  comunidades.

              Para amenizar o calor, uma parada no Bar Meu Cantinho, um tradicional ponto de encontro da cidade, nas proximidades da orla


 Dois cartazes não passaram em branco pelas nossas vistas, ao que a garçonete falou ser sempre polêmica as interpretações. Disse, ela: os machos são mais caros, porque pesam mais... só isso... Nada a ver se um é mais importante ou não... é questão de peso.... As mulheres não gostam nada disso, e reclamam...complementou a atendente.

                                       E chegou o nosso anfitrião Cezar Rivas.
Cezar Rivas, Arli e Gilberto Cesar

     Pilotando a sua GS, o parceiro foi logo se desculpando pelo atraso. 
Nosso encontro se deu em plena orla.
O atualizamos dos passeios já realizados, bem como dos próximos passos da viagem e tudo mais.
Rivas disse: ... vocês já visitaram quase tudo. Nossa cidade é pequena, tem pouca coisa a se conhecer.
                       Depois vamos ao Centro Cívico, disse ele. Uma rodada pelas ruas da cidade, outros pontos e a noite, a Praça das Águas.
             Ainda na orla, Cezar Rivas, falou da questão das fronteiras do Estado de Roraima, para com a Guiana Inglesa e com a Venezuela.
A Guiana, fica perto  .... a uns 150km daqui, passando por aquela ponte. Rivas apontou para uma grande ponte, a qual cruza o Rio Branco. Ir até lá é bem tranqüilo. É possível cruzar a fronteira, sem burocracia nenhuma. A única coisa que precisa ser muito bem observada, é questão da mão de trânsito, que é inversa da nossa. Lá, se dirige pelo lado esquerdo.
          A outra fronteira fica a uns 250km, continuou Rivas
A Venezuela, é o ponto de ingresso para o Perú e Bolivia, aqui no Norte. Isto faz circular por aqui, um grande número de motociclistas de todas as partes do Brasil e vizinhos.

E partimos para o tour com o nosso parceiro. 

No Centro Cívico, o monumento em homenagem ao garimpeiro. O garimpo, foi a grande atividade do Estado, no passado .... disse o anfitrião. Hoje, ainda tem alguma coisinha por aí.... complementou.    
                 Desse local aqui (o Centro Cívico) , disse-nos, apontando para um Marco, é que partem todas as avenidas que levam para os bairros da cidade.


 O Marco, em forma de leque, retrata na prática  uma inspiração arquitetônica urbanística  copiada da França, implantada aqui em Boa Vista, complementou.

As principais avenidas, o aeroporto e  a rodoviária, foi por onde andamos a rodar em nossas motocicletas.
Esgotada a tarde, fomos para a casa do anfitrião, para um merecido banho e descanso.

Praça das águas
Com a noite bem abafada, o que foi considerado muito ameno, em relação ao final da tarde, saímos para conhecer a Praça das Águas, outro orgulho da cidade.


O local é bonito e extenso. 

Uma longa faixa – área em meio a avenidas – contém uma sequência considerável de chafarizes.
   Destes, jorram   as águas, que sob luzes, de coloridos diferentes, parecem estar a dançando e encantado  as pessoas locais mesmo as já acostumadas com o atrativo.
     O local, que é muito frequentado, tem ainda praça de alimentação, ginástica ao ar livre,  área de passeios, pedais, recanto de venda de artesanato e recordações da cidade e região.
Realmente, a praça das água é um grande diferencial da cidade. Nela, você esquece momentaneamente,  as altas temperaturas que na cidade são comuns e até certo ponto, motivo de orgulho da Boa Vista.
Arli, Cezar Rivas e Gilberto Cesar
                                       Do parceiro nos despedimos, e tratamos de descansar prometendo nos rever na manhã da quinta, 22, bem cedo, quando então estaríamos rodando de volta para Manaus.



27º dia


Quinta-feira, 22/09
Deixando  Boa Vista
Destino: Presidente Figueiredo

                                             Cedinho começamos a arrumar as bagagens nas motocicletas, de modo a deixar Boa Vista, começando a fazer o caminho de volta para Manaus.
        Pernoitar em Presidente Figueiredo, estava em nosso planejamento de viagem, pois tocar direto para Manaus, seria  cansativo demais - 600 km aproximadamente. 

                                     A chuva, que caíra boa parte da noite, deu uma trégua – de  leve – o que permitiu arrumar as bagagens com alguma tranquilidade.
               Nos despedimos do  Cezar Rivas,  que ainda soube pelo Arli, que o ventilador, usado por nós na noite anterior, deixara de funcionar devido a uma pane e possível queima de algum componente.
            Seguindo as orientações recebidas, logo chegamos a rodovia BR 174. Também voltou a chuva, o que forçou uma parada para a colocação das roupas protetoras das intempéries.
Manaus ainda muito longe

De volta para a estrada, agora com mais vagar e cuidados , dada a presença da chuva e da existência de buracos ao longo da rodovia.

          O café da manhã, previsto para acontecer na cidade de Iracema, não aconteceu. Quando percebi  já havia cruzado do município. 
         Muito depois, paramos para o café, porém a cidade já era outra : Caracaraí foi então o local do café.
Um bom pastel foi o que comemos. 

  Uma nova parada para abastecimento das motocicletas. A chuva tendo cessado um pouco, deu lugar para o sol  que, ardentemente se apresentou.  No entanto, as condições de  parte da rodovia estava a desejar.
                                                                  Veio o marco dos Hemisférios, com parada na mesma lanchonete onde havíamos parado quando da ida para Boa Vista.

                               .Cruzamos por algumas placas, e estávamos  novamente na “Reserva Indígena”. Muito próximos dos mais de 130 km do espaço de reserva.

E ingressamos na Reserva Indígena.
 O verde da mata, estava mais vivo, certamente devido a chuva que havia caído um pouco antes. 

 A divisa entre os estados, Roraima e Amazonas, estava ali assinalada, bem meio a reserva indígena.
      Mais adiante, o caminhão que tombara outro dia, já não se encontrava mais lá, restando somente parte da carga de madeira, agora não mais espalhada pela pista de rolamento.

  E chegamos ao quilômetro final da reserva.  Uma parada para almoço, ainda que os relógios já apontassem ser mais de 15h30.
O local foi mesmo do almoço quando da ida para Boa Vista.  As pessoas do local, logo perguntaram como fomos de viagem e das chuvas que andaram caindo.

           A parada foi de tempo  suficiente para a alimentação e descanso e lá se fomos  para o posto de combustível, alguns metros a frente .

Uma camionete, com quatro índios, parou no posto. Deram uma olhada, penso que foi para as motocicletas,  não chegaram a abastecer  e pegaram a estrada rumo à reserva.
                      E a cidade de Presidente Figueiredo começou a se apresentar por meio de placas.
          Aos poucos, as indicações de cachoeiras foram ficando para trás, e cidade propriamente despontou. 
Fomos direto para a “Corredeira do Parque Urubuí”.


O local é um excelente balneário, onde – pelo número de mesas, cadeiras, restaurantes, lanchonetes e ponto de vendas de souvenir – existentes , dão conta de que a população prestigia e aproveita da natureza das belezas ali estampadas.
Sem dúvidas, estávamos frente a mais um lugar exuberante do Norte do Brasil. Como de resto, as belezas da região são uma constante.
São as imagens, o verde das matas, os igarapés, os rios, os povoados ribeirinhos e pequenas cidades que, por vezes parecem se repetir. 
           Depois, no centro da cidade, a busca por um hotel para o pernoite,  foi tarefa considerada fácil.
             Nas proximidades do terminal rodoviário, que por sua vez fica à beira da rodovia, um bom número de hotéis e pousadas estão a oferecer os seus serviços.
Hotel dos Viajantes, foi o escolhido. 
Devido a  inexistência  de estacionamento, as motos ficaram no interior do hotel, mais precisamente no corredor de acesso..
Desfeita alguma pouca bagagem, tratamos de ir para o centro, aproveitar e caminhar pela cidade, no quase final da tarde.  
as motos, chamando a atenção.






De volta ao hotel, um bom banho para depois voltamos a sair,  para o jantar. 


    Atualizamos as conversas. Tratamos alguns pontos para o dia seguinte e cuidamos de voltar para o hotel, para o merecido descanso.,
O dia foi muito puxado. 
Foi o mais longo trecho já percorrido em um dia de viagem, até a esta data.

Fotos e Relato: Gilberto Cesar
Moto Grupo Com Destino
Porto Alegre - RS
comdestinomotos@gmail.com
gilberto-cesar13@hotmail.com